sábado, 20 de setembro de 2014

Vinte diferenças entre a forma de pensar dos ricos e a da classe média

Por Warren Buffett, via A-24 

«Este artigo foi baseado no livro “best seller” americano “HOW RICH PEOPLE THINK”, de Steve Siebold. O autor passou mais de 30 anos pesquisando os hábitos dos ricos e comparando com a forma de pensar da classe média. Ele percebeu que existe um abismo na forma de pensar e na maneira como as classes educam seus filhos. 

Abaixo 20 maneiras como a classe média pensa diferente dos ricos:

1- A classe média acha deselegante falar sobre dinheiro, os ricos acham importante falar sobre dinheiro. 

Comentário do blogueiro #1: é por isso que os ricos acumulam dinheiro, enquanto a classe média apenas consegue, na melhor das hipóteses, manter o seu poder de compra.

2- A classe média foca em economizar, os ricos focam em ganhar. 

Comentário do blogueiro #2: ver o meu primeiro comentário.

3- A classe média acredita que educação formal e certificações é o caminho da riqueza, os ricos acreditam que conhecimentos específicos e atitudes é o caminho da riqueza. 

Comentário do blogueiro #3: ou seja, os ricos percebem que ter algo que os outros não têm é uma mais-valia para a vida e para o negócio, enquanto a classe média apenas tenta emular aqueles que têm sucesso. O problema da classe média é que tentar reproduzir o sucesso dos outros só resulta enquanto houver procura, no mercado de trabalho, da profissão e certificação que eles detêm. Não se pode ser advogado num país onde só há advogados, ou professor num país onde não há crianças, ou engenheiro num país sem obras públicas, etc.

4- A classe média gasta mais do que tem para parecer rica, os ricos gastam menos do que tem para continuarem ricos. 

Comentário do blogueiro #4: isto porque os ricos percebem que o dinheiro, todo e qualquer dinheiro, tem a potencialidade de gerar ainda mais dinheiro quando investido de forma sensata. Já os pobres gastam dinheiro para parecerem ricos porque, mais uma vez, procuram emular o sucesso dos ricos, sem perceberem que o estatuto social adquirido pelos ricos é muitas vezes a consequência calculada de terem abdicado de certas frivolidades e privilégios algumas décadas antes.

5- A classe média acha que começar um negócio é arriscado, os ricos acreditam que ter um emprego é arriscado.

Comentário do blogueiro #5: esta será talvez a diferença mais importante. Os ricos não aceitam depender de terceiros, eles decidem ser os únicos senhores do seu próprio destino.

6- A classe média fica esperando que alguém que lhe dê uma oportunidade, os ricos acreditam em criar suas próprias oportunidades. 

Comentário do blogueiro #6: ver o meu comentário anterior.

7- A classe média muda toda hora de objectivo, os ricos possuem objectivos claros com datas definidas. 

Comentário do blogueiro #7: por outras palavras, os ricos têm metas bem definidas  e tencionam atingi-las num prazo bem definido. A classe média não define metas específicas e vai deixando que "a vida siga o seu curso" normalmente.

8- A classe média trabalha por dinheiro, fazem o mínimo possível e odeiam o que fazem, os ricos trabalham por satisfação, dão o seu melhor e se divertem com o que fazem. 

Comentário do blogueiro #8: é a velha máxima segundo a qual para se ser bom nalguma coisa, é preciso gostar a sério do que se faz.

9- A classe média acredita que é necessário ter dinheiro para ganhar dinheiro, os ricos acreditam que você pode usar o dinheiro de terceiros para ficar rico. 

Comentário do blogueiro #9: convencer os outros a investir no nosso negócio é uma arte que não é para todos, é um facto.

10- A classe média pensa em maneiras de ficar rica da noite pro dia, os ricos sabem que ficar rico é um processo.


Comentário do blogueiro #10: outra diferença muito importante. Eu diria que a classe média não percebe o conceito de capitalização, nem planeia os seus investimentos para o muito longo prazo. Ficar rico, mesmo muito rico, é um processo que leva décadas. A menos, é claro, que se roube um banco ou se ganhe o euromilhões.

11- A classe média acredita que os ricos tiveram sorte ou alguma vantagem que eles não tiveram, os ricos sabem que sua vantagem foi trabalhar duro. 

Comentário do blogueiro #11: aqui tenho de discordar, pelo menos em parte. Não é só trabalhar duro, é trabalhar duro e bem. Não falta na classe média quem trabalhe duro, o problema é que o seu objectivo é apenas completar as tarefas de que foi incumbido. Não chega. É preciso identificar oportunidades, investigar, antever cenários e estimar probabilidades. É essa a diferença entre ser um burro de carga e um investidor.

12- A classe média adora ficar na zona de conforto, os ricos buscam conforto na zona de desconforto. 

Comentário do blogueiro #12: é outra velha máxima dos investimentos, "sem risco acima da média não há retorno acima da média".

13- A classe média tem medo de arriscar seu dinheiro e jogam para não perder, os ricos tomam riscos calculados e jogam para ganhar. 

Comentário do blogueiro #13: esta também está incompleta. Não há nada de errado em adoptar uma estratégia conservadora para uma parte do nosso dinheiro (depósitos a prazo, obrigações, etc.) desde que se tenha outra parte para voos (riscos) mais altos. Só os malucos arriscam tudo, mas quem quer ser rico tem que estar disposto a arriscar alguma coisa.

14- A classe média acredita que os ricos amam dinheiro, os ricos acreditam que a classe média ama muito mais, pois tem medo de arriscar e investir. 

Comentário do blogueiro #14: ver o meu comentário anterior.

15- A classe média acredita que o dinheiro muda as pessoas, os ricos acreditam que o dinheiro só revela quem as pessoas já são. 

Comentário do blogueiro #15: ou, como eu gosto de dizer, é o dinheiro que distingue os homens dos rapazes (ou as mulheres das raparigas, se preferirem).

16- A classe média acredita que dinheiro os deixará felizes, os ricos sabem que dinheiro não traz felicidade, somente dá liberdade de escolhas que favorecem a felicidade. 

Comentário do blogueiro #16: neste caso discordo. Acho que o problema da classe média é precisamente ter sido demasiado formatada pela sociedade e condicionada pelos valores da humildade e pelo mito de que "o dinheiro não traz a felicidade" (major league bullshit!). A verdade é que o dinheiro só não traz a felicidade se for pouco. Quem tem dinheiro só não resiste à morte e à doença.

17- A classe média acha que tem que escolher entre ter uma boa família e ser rico, os ricos sabem que você pode ter os dois. 

Comentário do blogueiro #17: óbvio. Quem tem dinheiro pode praticamente escolher a mulher que quiser, pôr os filhos a estudar na escola que quiser, pagar os tratamentos médicos e medicamentos que a família precisar, etc.

18- A classe média acha que para ganhar dinheiro você tem que sacrificar sua saúde, os ricos sabem que saúde é uma consequência de seus hábitos, mas que dinheiro pode salvar sua vida. 

Comentário do blogueiro #18: ver o meu comentário anterior.

19- A classe média acredita que dinheiro é a origem de todos os males e que favorece corrupção, os ricos acreditam que a falta de dinheiro é a origem de todos os males e que favorece corrupção.

Comentário do blogueiro #19: neste caso, parece-me que a verdade está algures a meio caminho.

20- A classe média sonha em ter dinheiro suficiente para se aposentar, os ricos sonham em ter dinheiro o suficiente para mudar o mundo. 

Comentário do blogueiro #20: talvez alguns, Sr. Buffett, mas nem todos. Uma das maiores lições que a vida me ensinou é que há muita gente cujo motivo maior para acumular dinheiro é ver nele a forma derradeira de afirmação da sua superioridade perante o mundo. Não há nada de mal em ser rico, mas também não vamos dourar a pílula e sugerir que a maior parte dos ricos só quer ter dinheiro por motivos nobres. Obviamente, isso está longe da verdade...

2 comentários:

  1. Excelente reflexão. Infelizmente em Portugal o "rico" ainda é catalogado de "fascista", de "patronato" entre outros epítetos. Não há nada de mal em ser rico, aliás muitos ricos despendem enormes quantia spara apoiarem causas e financiarem fundações de apoio a crianças, jovens e até idosos. Veja-se o caso de Bill Gates que já doou cerca de um terço da sua fortuna. Muitos dos que conspiram contra os ricos se esquecem que eles são importantes empregadores e isto faz-me lembrar de imediato o caso do segundo mais rico de Portugal, Alexandre Soares dos Santos do grupo Pingo Doce que emprega directamente mais de 20 mil pessoas e indirectamente muitos mais. Sem ricos e sem investidores a pobreza grassaria desde a base ao topo de qualquer pirâmide para gaudio dos sindicalistas e outros esquerdistas anti-progresso que perfilam do mote "todos pobrezinhos, mas todos iguais".

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    1. Exactamente. As nações precisam de ricos, de empreendedores e de investidores. E até, por muito que custe aos puritanos "progressistas", de alguns especuladores que injectem capital nos mercados e nos bancos em tempos de crise.

      De resto, é muito fácil criticar que tem dinheiro só porque tem dinheiro, sem mencionar os riscos, os sacrifícios e os anos de trabalho árduo que a riqueza implica quase sempre. Os esquerdistas e outros herdeiros do socialismo só conseguem ver as coisas de uma forma: riqueza = opressão. É um erro crasso: se não houver apreço pela riqueza e, sobretudo, se quem for rico não puder manter a sua riqueza, não poderá haver quem esteja disposto a trabalhar e a correr riscos para ser rico. E então deixaremos de ter empresários, indústrias, emprego, paz social, etc.

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